CATARSE 11 DO 2
Hoje estou em desaceleração para férias, para embarcar já amanhã em ritmo acelerado de trabalho de férias. Bizarro, não? Também assim o encaro. Adiante, que o significativo é que este ritmo ao ralenti tem-me permitido postar mais do que poderia em dias normais e hoje a catarse até é mais dilatada do que habitual.
Assisti ontem por acidente ao filme Lost in Translation, porque o que queria ver realmente era o CSI Nova Iorque em dose dupla como é costume... Esperava pacientemente pelo CSINY, refastelado no sofá, quando apanhei com aquela truculenta série vendida como vida real (Jura) e que coloquei em modo mute enquanto o cigarro viajava entre a mão e a boca, intercaladamente, olhando os gestos das figurinhas na pantalha.
Chegou o filme da Sofia Coppola, lindo de fotografia e envolvente, mas perturbante – bastante para mim neste agora, mas bem menos do que o Virgin Suicides – pelo que é tratado a nível de sentimentos, de traições, de conformismo em relações e de rotinas...
Tenho esta questão que não é de ontem, mas que ontem aflorou novamente e forte, depois de uma série e de um filme onde é tratada de forma tão imediata e tão frontal a rapidez de mudança de parceiros e de deslocalização de paixões...
Serei o último romântico do mundo ao imaginar que existem relações tão puras e tão empáticas que possam durar em perfeição dezenas e dezenas de anos? E será realmente possível algo assim estável, duradouro e sempre fresco?
20061220
20061218
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MEMÓRIA 3 DO 12
A FUGA DE WANG FÔ
Assisti no Palco Oriental, ao Beato, convidado, à peça A Fuga de Wang Fô, sobre texto de Marguerite Yourcenar, ideia e representação de Joana Pupo. Achei lindíssima a interpretação baseada na eficiente expressão corporal e facial da actriz e em dois objectos (baús) que se tornavam sucessivamente em casa, corpo morto, paisagem, quadro, quarto, cama e lugar de pensamentos e confidências. Ah, e mala de viagem.
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MEMÓRIA 2 DO 12
PLUS OU MOINS L'INFINI
A companhia francesa Companhia 111 apresentou uma proposta de novo circo que me surpreendeu imenso; totalmente diferente do que conhecia pelos Cirque du Soleil e dos (talvez) novo circo Mayumana e Fura dels Baus. Estes são puro espectáculo de luz, som e pirotecnia, os primeiros mantêm a ligação umbilical ao circo clássico; já estes franceses são inovadores e tecnologicamente depurados sem perderem a comicidade e a desenvoltura física própria do circo. Fantástico. Voltem. Eu cá os verei outra vez.
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CATARSE 9 DO 12
No leitor cai e gira The Science of Things dos Bush; rocalhão de que já sentia a falta: tocam riffs de guitarra e agita-se a voz aveludada de Gavin Rossdale. Entretanto, já cheguei a algumas conclusões em relação à minha vida e decidi-me enveredar pelo meu caminho: yellow brick road de eleição pelo meio do emaranhado de caminhos inacessíveis. Caminharei sozinho. Não devia ser sempre assim?
20061216
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CATARSE 8 DO 12
Revolução! Clonagem de supetão! Multiplicação milagrosa! Conto agora oito, oito pais natal! A saga continua, conseguir-se-á chegar às duas dezenas antes do 25?
Novo exercício a la Alta Fidelidade, as minhas 5 melhores músicas:
1 Something in the Way, Nirvana
2 Love Street, The Doors
3 The Unforgiven, Metallica
4 Always With Me, Always With You, Joe Satriani
5 Capitão Romance, Ornatos Violeta
Hoje, no Palco Oriental ao Beato, entra em cena a peça A Fuga de Wang Fô, sobre texto de Marguerite Yourcenar.
20061215
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CATARSE 7 DO 12
Ouço Mezzanine dos Massive. Faço um exercício à Alta Fidelidade - aponto uma (possível) selecção imediata dos meus cinco melhores álbuns de sempre:
1 Mezzanine, Massive Attack
2 The Doors, The Doors
3 Maxinquaye, Tricky
4 Dig Your Own Hole, Chemical Brothers
5 Kind of Blue, Miles Davis
0'0'0'90'
CATARSE 6 DO 12
Conto já seis pais natal a empreender a eterna subida até ao topo deste prédio à minha frente. Embrulho o meu cigarro de enrolar atando-o com a minha própria saliva com uma dedicação de mãe. Ponho-o na boca travando o fumo dentro de mim. Conforto-me.
20061213
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DECÃO
Grande dia de cão:
1 entorse no pé, que pensei que nunca teria na vida e deu para descobrir que a assistência médica aos 700 mil habitantes da área de Amadora-Sintra é uma perfeita merda!
2 duplo furo no carro, que me dá direito a um gasto de pelo menos 400 eurico. Prendinha no sapatinho!
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BLOQUEIA
Bloqueia neste fim de tarde este portátil de merda em que trabalho acerrimamente! Reinicio e coloco a pinchar Special Cases dos Massive! Tenho que sacar Lionel Ritchie e Tenacious D.
Falta-me ver a expo do Gonçalo Byrne, será aquela que está no CCB? Sei que ainda permanece aí a Habitar Portugal... Ainda no edifício do Vittorio Gregotti e Manuel Salgado vou ver hoje o espectáculo de Novo Circo da Companhia 111 : Plus ou Moins L' Infini.
No FDS passado vi as expos na Gulbenkian CAMJAP :
1 Pedro Cabrita Reis
2 Fernando Calhau
3 Book Cell Project, Matej Krén
4 Amadeo de Souza Cardoso
1 Falta algo à instalação do Cabrita Reis, será o desligar aparente do espaço envolvente? Já lhe vi instalações bem mais conseguidas e o certo é que a minha preferida continua a ser a instalada no Pátio da Inquisição em Coimbra.
2 Fantásticos estudos e gráfico-evoluções de FCalhau. O fim é o melhor, com desenhos que se nos aparentam massacrar o papel e são ilusões puras. Pronto, eu gosto sempre de desenhos e de experimentação. Encontrei similaridades com Antoni Tàpies, a nível de simbologia - semiologia.
3 Surpreende no momento da vertigem. Será um crime literário amarrar e perfurar tantos livros por atacado?
4 Fui a ver Amadeo - essa máquina de pintar do início do século passado - num domingo. Apanhei com uma avalanche de gente curiosa em tragar arte, o que me contenta; atrapalham-me é a visão sobre os quadros; dão-me encontrões quando quero parar e falam quando pretendo apenas contemplar. Acha, arte gratuita equivale a moles de gente em corropio.
Sobre a expo tenho a dizer que detestei que não existissem informações adicionais sobre os quadros e sobre o percurso do artista; que pelo meio tenham atirado obras de outros artistas - que, embora encontre paralelismo na linguagem e cronologia , atrapalham a escorreita percepção da pesquisa de Amadeo; que não exista um percurso ou percursos de exposição definidos, mas sim um emaranhado de divisórias dispostas ao calha que nem possibilitam criar um próprio caminho e ainda o diminuto espaço de circulação que entope num Domingo como este.
Dr Divago
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Foto - de Shanghai, Setembro 2011
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