20120925

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TOMAR OU BEBER

Não que me agrade tomar de ponta toda uma cidade, nem me movo por isso. Mas, e o mas surge aqui em sincero desconsolo, 

Não é que me agrade tomar de ponta uma cidade, mas é um desconsolo como se desmancham algumas ideias que se guardam da infância. No caso específico, que sou de Coimbra e rondei todas as proximidades em domingos familiares, a eloquência de Tomar. Durante o hiato que foi o não regresso a Tomar, alimentei a ideia de uma cidade que permanecia firme e rica no seu esplendor histórico e, como dou razão e vazão à história, sempre me pareceu que o firmasse em magnificência até ao presente. 

Muito me enganei ao regressar. 

No Verão de 2012, passei um par de semanas em reconhecimento tomarense. E o que remontava a uma recordação respeituosa, amonta agora apenas a uma tristeza e a uma falta identificada. Em determinadas falhas, a saber:

1. No Convento de Cristo, falta um circuito capaz e um percurso museológico bem delineado, com brevetes e explicações para quem o percorre. Olhar para uma pedra é diferente de olhar para uma pedra com legenda a acompanhá-la. Percebe-se de onde vem a pedra, como chegou a pedra aos nossos dias, como tratam dela no quotidiano e também para vai a pedra. Estas pedras merecem muito mais.

2. Centro da cidade despovoado, falta mais vida e gente e negócios locais. Não o Disneyfiquem, dignifiquem. Cheguei de comboio e caminhei desde a estação - demorei-me num café daqueles à antiga, espaçoso, bem cheiroso, airoso, majestático, solene. Mas o centro já não é este, é outro, mudou-se a centralidade para o lado de lá do Nabão. Este já só é o centro histórico, o que é uma pena, porque a história não foi apenas escrita, vai-se escrevendo. E aqui há muitas histórias que merecem continuar a ser contadas.

3. A falta de respeito na sinagoga. Um templo é sempre um templo e há tempos, outros lugares, para conversas. A pessoa que toma conta do espaço da sinagoga de Tomar embandeirava-se em conversa alta, arvorada sei lá de que manias, para toda a gente, fossem judeus ou outros que tais, ouvirem. Esta falta de respeito é atroz.

Então decidi compor uma carta e enviá-la aos OCS da cidade, em formato de cidadão interessado e usando as ferramentas de direito de resposta. Ou assim parecidas. A conversa com um natural da cidade confirmou as suspeitas, ele é um músico que se demora por Lisboa, sublinhando a necessidade de me fazer ouvir. Mas depois a ideia decaiu. Irei regressar. A Tomar e a este tema.

20120920

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DESCOBRI-ME OUTRA PEDRA

Entretanto perdi-a, arremessei-a? Sobejou o desenho.

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Desenho - feito na Casa de Santa Catarina, meados de 2009