20070130

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segue agora o já há muito aguardado :

POEMA DO INDICADOR
POEM OF THE INDICATOR




tento digitar termos ternos sobre o nosso indicador
enquanto o pouso sobre a testa a meditar
pressionando suavemente sobre as têmporas
a ver se me extraio algo pelo seu leve massajar

escrevo o título primeiro 
(o sempre mais fácil e arranque do texto) 

o resto vai caindo e escorregando pelos dedos e pelo próprio indicador
transispirando qualidades
enquanto o aponto sobre o monitor
acompanhando as mesmas linhas que agora componho

começo...

o indicador indica
o indicador aponta
o indicador serve de base e coluna para a cabeça,
enquanto medito como “O Pensador” de Rodin
o indicador equilibra a mão, que cairia sem o ter como âncora
o indicador é um de cinco, mas não compreendo em que lugar surge no pódio
o indicador é comprido e imponente
o indicador é nosso e temos que o amar
se nos dói, deixa doer, dói porque nos pertence
se nos incha, deixa inchar, o inchaço faz parte de o ter

(tento acertar, apenas com este dedo, nas teclas deste teclado
enumerando atributos e excelências desta nossa terminação tentacular)

assim se chama indicador ao indicador porque é o que melhor serve na mão
para zurzir quem nos irrita
para acarinhar quem nos excita
para indicar caminhos e atalhos
para fazer de arma e assustar
para acompanhar a dança com o corpo
para desenhar círculos no ar
para descrever o voar dum pássaro ou insecto
para chegar ao inatingível das costas

(o indicamento prossegue recordando parcerias)

com o polegar temos um revólver
faz equipa com o médio e temos um v de vitória - ou um desaforo very british
com o mindinho componho uns cornos
e com todos juntos - mindinho, anelar, médio, indicador e polegar
temos A mão

doei indicações, indiquei andamentos
atribuí-lhe excelências esquecidas
recordei atribuições imediatas
mas muito haveria ainda por dizer
só que tenho que descansar o indicador
pô-lo de molho e aconchegá-lo
afinal, bem preciso dele para me sentir completo
e se cansado estivesse não o teria perfeito como o tenho.

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Desenho - apontamento de 2003/4?

1 comentário:

  1. Anónimo16:57

    Reencontraste? entao quer dizer que o tinhas perdido?? o poema do meu/teu/nosso indicador :)
    Acho que o poema fez bem `a saúde do meu indicador, pois desde entao que nao tenho tido dores :)
    Agora o que me doí é o braco direito... Algum poema para a cura? :)
    bjs e saudades

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